Em 1895, o Médico e Reverendo presbiteriano George Butler, sua esposa Rena Butler, e seus filhos se estabeleceram em Garanhuns, onde pregaram o evangelho e ao mesmo tempo sofreram grande perseguição. Em 1897, quando Butler havia acabado de retornar de Salvador-BA, onde fora validar seu diploma de medicina, o Doutor se deparou com uma triste situação, uma grande epidemia de febre amarela. O que fazer? Não havia hospitais, remédios adequados ou vacina (a vacina para febre amarela só chegaria em 1937). Ouça agora o que aconteceu, segundo relata o livro A Bíblia E O Bisturi
“O ano de 1897 foi de terrível angústia e desolação para Garanhuns. Uma nuvem sombria e ameaçadora pairava sobre a cidade. O Dr. Butler e a família mal haviam chegado de Salvador, desabou sobre a população tremenda epidemia de febre amarela.
Era desolador o estado da cidade. No período em que predominou a epidemia, houve pelo menos 612 vitimas fatais, das quais a maioria era de homens. E há quem diga que morreram mais de 800 pessoas ao todo. Bem se pode imaginar a tristeza e a angústia reinantes.
Para aquela hora, Deus havia preparado o Dr. Butler. Ele não somente permaneceu na cidade , mas dispôs-se a dar assistência a todos os doentes. Ficou sozinho, até o próprio Padre Pedro Pacífico deixou seus peroquianos, indo para Alagoas. Eo Dr. Butler, o herege, se transformou em “anjo”.
Trabalhou com denodo no sentido de minorar as aflições da população, mesmo daqueles que eram seus perseguidores. Dava-lhes remédio e pedia aos crentes que orassem por eles. Quando encontrava uma casa onde ninguém podia prestar socorro aos doentes, nomeava turmas de irmãos para se revezarem e ministrarem os medicamentos. A muitos que não tinham alimento, mandava leite, para que não morressem de fome. E ao meio dia reunia os crentes para orar, pedindo a ajuda divina para a calamitosa tempestade.
Houve uma coisa curiosa, que chamou atenção de todos: nenhum evangélico morreu em consequência da epidemia. Alguns foram atingidos pela doença, mas, uma vez medicados, ficaram bons. Isto criou no Dr. Butler uma convicção profunda da presença de Deus. Chegou a afirmar com toda convicção, que a catástrofe não era para os crentes. E quando tudo passou, quando a vida começou a voltar à normalidade, lembraram as palavras da Escritura: “Ao anoitecer pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã”. (Salmo 30.5)
A epidemia tornou-se um marco divisório na vida do Dr. Butler. Ele seria o médico com alma de pastor, que amava intensamente as almas, e o pastor com alma de médico, que sentia a aflição do corpo enfermo. As duas atividades eram realizadas a um só tempo. Eram dois trabalhos, duas funções, dois ministérios, com um único propósito – redimir o homem.
“Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia de aproxima.” (Hebreus 10.25)
Extraído do livro: A Biblia e o bisturi
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